segunda-feira, 8 de abril de 2019

ATIVIDADE PARA APRESENTAÇÃO E ENTROSAMENTO DOS CATEQUIZANDOS

Material: Papel e lápis de cor

Como Fazer:

a) Cada um deve retratar num desenho os sentimentos, as perspectivas que têm.
b) Dar um tempo para este trabalho individual que deve ser feito em silêncio, sem nenhuma comunicação.
c) Num segundo momento as pessoas se reúnem em subgrupos e se apresentam dizendo o nome, de onde vem, mostrando o seu desenho explicado-o.
d) O grupo escolhe um dos desenhos para ser o seu símbolo apresentando-o e justificando.
e) Pode-se também fazer um grupão onde cada um apresenta mostrando e comentando o seu desenho.

Palavra: Fl. 1,3-11 e Salmos 6



Fonte: Sou Catequista.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Via Sacra para crianças

Olá catequistas!

A Via Sacra é uma oração que leva os fiéis a relembrarem a Paixão de Cristo. São 15 estações que é “uma reflexão que nos leva a reconhecer o amor de Deus”.
Infelizmente ficou fora de ordem, mas peço a compreensão de vocês!















Até a próxima publicação!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Reflexão: PROFESSOR OU CATEQUISTA?

Dia 15 de outubro, dia do professor. Um catequizando encontrou seu catequista e tentou ser gentil:

- Parabéns professor pelo seu dia.

- Não sou professor, sou catequista!

- E qual a diferença?

- Muitas.

- Quais?

- Ah, são muitas. O professor dá aula. O catequista não.

- Então porque o senhor faz chamada no início de cada encontro?

- Para controlar a presença de vocês.

- Mas isso se faz em aula também. Lá na escola também controlam a nossa presença.

- Mas é diferente.

- Diferente por quê?

- Diferente...

- Mas se é diferente, porque a gente se matricula na catequese?

- Não é matrícula, é inscrição.

- Mas a coordenadora e o padre falam em matrícula na catequese.

- Mas na catequese é diferente. Aqui não é uma escola.

- Mas se não é escola, porque é que a gente paga taxa de inscrição para fazer catequese?

- É para manter a igreja, com seus serviços e pastorais. E não é taxa, mas sim, uma contribuição.

- Sim, mas o padre e a coordenadora falam taxa. Ouvi eles dizerem isso. Todo mundo pergunta se a gente já pagou a taxa.

- Não é taxa. Tá errado. Não é assim que devemos tratar aquele valor que muitos pais pagam no início do ano. É uma contribuição. Quem não puder não paga.

- Ah...

- Tem muita diferença entre escola e catequese, muita mesmo.

- Mas, se é tão diferente assim, porque usamos caderno e o senhor ainda usa o quadro para se comunicar com a gente? Porque temos que copiar conteúdos?

- Como vocês irão aprender se não for assim? Sim, faço isso, mas é catequese.

- Mas tudo isso a gente também faz na aula.

- Mas é diferente.

- O senhor faz prova também. Lá na escola, é prova toda a hora. Aqui na catequese o senhor também avalia a gente através de prova.

- Mas eu preciso avaliar vocês de alguma forma.

- Mas se não é aula, porque prova?

- Ah menino, já te disse, catequese não é aula. Aula é em escola. Não sou professor, sou catequista.

- Não entendi ainda a diferença...

- Mas tem muitas diferenças...

- Lá na escola a gente também fica numa sala e as cadeiras são colocadas de forma igual ao que acontece aqui na catequese, também tem chamada, quadro, prova. Tudo o que tem aqui tem lá. Não consigo entender a diferença.

- Mas tem diferença, e muita.

- O senhor poderia me explicar quais?

- Já te falei menino, preciso falar de novo?

- Não, obrigado. Mais uma vez, parabéns pelo dia do professor.

- Eu já disse, não sou professor, sou catequista.

- Lá na escola, quando não entendo algo, os professores tentam me explicar até que eu consiga entender. Talvez seja esta a diferença entre o senhor, catequista, e um professor da escola.

- Menino, não seja mal criado. Sou seu catequista.

- É que lá na escola também me obrigam a fazer algumas atividades. Aqui me obrigam a ir à missa.

- É diferente. Escola é uma coisa, catequese é outra.

- Ah, ta! Não vejo tanta diferença assim... o senhor é igualzinho meu professor quando fala...

- Menino, aqui na catequese, estamos tentando te mostrar um outro caminho, que a escola não mostra. São objetivos diferentes.

- E qual é o caminho que o senhor está tentando me ensinar?

- O caminho de Deus.

- O que tem de diferente no caminho de Deus, que o senhor ensina, do caminho que a escola ensina?

- Ah menino, já te expliquei, catequese não é escola. Eu não sou professor. Os nossos encontros não são aulas. E se você continuar me questionando assim, vou chamar seus pais aqui e você não vai poder fazer a crisma.

- Vai me expulsar porque eu te questiono?

- Vou.

- Lá na escola eles também chamam os pais para expulsar os alunos. Pensei que na catequese fosse diferente.


Alberto Meneguzzi

Contribuição do catequista Rodrigo Utsch

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A rotatividade no grupo de catequistas

Todo trabalho sério necessita de um tempo mínimo para gerar frutos. É o tempo da preparação, do amadurecimento, da afinidade e de estreitar laços. Em se tratando do grupo de catequistas, no qual a sintonia do grupo se reflete diretamente na catequese, esse tempo de crescer juntos é fundamental. A amizade entre os catequistas, o companheirismo, a união, o respeito, cada um reconhecendo seus limites e seus valores e conhecendo os dos outros, revelam o amor, núcleo da catequese e da vivência em comunidade.

Porém, um dos aspectos mais apontado pelos catequistas e coordenadores ao indicar as dificuldades para a catequese é, justamente, a mudança constante no grupo de catequistas. Renovação é bom, e precisamos de mais catequistas. Porém, toda mudança deve ocorrer dentro de um processo, e não bruscamente como acontece atualmente, para a mera substituição de quem falta ou deixa a catequese.

Sendo a catequese um processo, e o catequista aquele que caminha junto, que cresce e aprende junto, a saída repentina dele, muitas vezes sem qualquer aviso, ou quando muito, vindo com uma semana ou um mês de antecedência, impulsiona o coordenador, “desesperado”, a atirar para qualquer lado, na intenção de encontrar alguém que substitua o catequista. Então, surgem alguns “novos catequistas”, e pronto, o grupo está totalmente diferente. Agora imaginem se isso acontecer a cada seis meses? Os catequizandos sem qualquer referência, o “novo catequista” sem a mínima formação e conhecimento do grupo, a catequese sem um planejamento coerente, enfim, todos perdidos, bagunça geral.

Certo nisso tudo é que ninguém, que ama a catequese e a leva a sério, se sente confortável com tal situação, e com frequência pergunta: “Por que isso acontece?” É preciso entender que em princípio, as mudanças ocorrem devido à falta de catequistas, agravada pelo alto número de desistência daqueles que já têm certo tempo de caminhada. Portanto, esse será nosso ponto de partida.

Nesse sentido, elencamos alguns aspectos que podem ser as principais causas (mas, com certeza, não serão as únicas). A primeira delas é óbvia, a falta de formação ou sua precariedade. Vale lembrar o texto 59 - Estudos da CNBB, Formação de Catequistas, ao apontar a necessidade da formação expondo que “Ninguém nasce catequista. Aqueles que são chamados a este serviço podem tornar-se bons catequistas através da prática, da reflexão e da preparação adequada, na consciência de serem enviados e comprometidos com a educação da fé” (n.64).

Uma pessoa sem a mínima noção do que é a catequese, sua finalidade e seus objetivos, nunca deveria ser responsável por catequizandos, já que não tem preparo suficiente para tanto. Entregar para essa pessoa um grupo, por exemplo, é correr o risco, de em breve, ficar sem catequista, pois ela pode descobrir que aquele não é seu lugar, ou desistir diante da menor dificuldade. A formação faz pensar a vocação, trabalha o aspecto humano, mostra o que a missão de ser catequista exigirá, chama a atenção para aspectos do conhecimento, de nossa fé cristã, ou seja, quem não passa por essa experiência, não terá condições de superar os desafios que com certeza virão. Mas a referência aqui é da boa formação, e não os cursinhos com matérias, apostilas e especialistas em áreas teológicas, que nada entendem de catequese e se referem aos catequizandos como “alunos”, transformam a formação em aula quando a catequese é uma experiência. Tudo bem que, às vezes não tem como fugir do esquema acadêmico, porém, devem ser criados outros momentos que amenizem essa estrutura: as orações que não precisam ser sempre um Pai Nosso e uma Ave Maria; uma dinâmica que introduza o tema; um vídeo interessante; uma música que quebre a exposição maçante, etc. Ou seja, não se pode denominar “formação para catequistas” qualquer cursinho, como dito anteriormente; do contrário, enquanto pensamos estar preparando bem nossos catequistas, estamos na verdade criando problemas para o futuro: pessoas que não se comprometeram realmente e que simplesmente “largam” os catequizandos, sem se preocupar com os resultados disso.

Em decorrência da falta de formação adequada, temos outros pontos que merecem igual atenção. Um deles é a falta de estrutura, apesar do que vem expresso no número 236 do Diretório Nacional de Catequese, em referência, inclusive, ao Código de Direito Canônico:

“Catequistas são sabidamente generosos, oferecem seus serviços e seu tempo em espírito de gratuidade. Mas muitos são pobres e cooperam penosamente no sustento da família. A comunidade que aceita seu trabalho e precisa tanto deles deve ter sensibilidade para pôr à disposição da catequese livros, material pedagógico, cobertura financeira para cursos, encontros, reuniões dos quais os catequistas devam participar (cf. CDC 779)”.

No entanto, é comum ouvir dos catequistas, reclamações a respeito de falta de material, de espaço, de infraestrutura, ou seja, de atenção em relação à catequese. É irônico dizer que a catequese é essencial na Igreja e, na realidade, perceber que em algumas comunidades não há sequer um lápis para usarem. Chegamos ao absurdo de catequistas terem que promover eventos para custear as atividades da catequese, ou até custear os gastos com recursos próprios. É uma situação desafiadora e o catequista experiente saberá agir, pois entende bem que o dízimo não se destina somente às despesas corriqueiras com o templo, os padres e os funcionários, mas para manter toda a estrutura da Igreja, inclusive ou principalmente, a catequese. Mas os catequistas iniciantes, ainda em processo de integração no grupo, ou aqueles com mais tempo, porém com uma formação precária, não sabem disso, e ainda acreditam ser deles a responsabilidade financeira com a catequese. Total falta de estrutura aos poucos vai desgastando o catequista. Este, muitas vezes sem recurso, começa a acreditar que não pode continuar; e o pior, ao “sair” nem usa essa razão, talvez por se sentir envergonhado.

A falta de apoio e acompanhamento também são causas para a frequente mudança no grupo de catequistas. Alguns coordenadores e padres, responsáveis diretos pela catequese na comunidade, ainda pensam que basta “entregar” os catequizandos a alguém, sem importar seu preparo, vocação, condições, nada. Desde que “seja oferecida a catequese na comunidade” está tudo certo. Acreditam estar resolvendo o problema da falta de catequistas, e revelam maior preocupação com o número do que com a qualidade desses catequistas. Não há orientação, clareza, comunicação; é cada um por si. O coordenador nem sabe como o catequista trabalha ou o que faz com os catequizandos, e o padre nem toma conhecimento do que acontece na catequese. Sem apoio, e com certeza, enfrentando duras críticas, a pessoa, quando não se torna o próprio “problema”, magoada e desvalorizada acaba desistindo.  

Pode acontecer ainda, que o catequista cheio de boa vontade e até ingênuo, assuma várias responsabilidades no grupo, e esse excesso causa extremo cansaço e grandes conflitos. Fazendo com que o catequista em pouco tempo, acredite precisar de um “descanso”.

Contudo, como mencionado, essas razões não esgotam todas que podem causar a grande rotatividade no grupo de catequistas, mas resumem as principais.  O fato é que a resposta a essa pergunta estará sempre entre nós: ou é a comunidade (falta de estrutura), ou é a coordenação e o padre (falta de apoio, acompanhamento e falta de formação). O importante é cada um identificar onde estão suas faltas, já que essa situação traz grandes implicações para o processo catequético como um todo. Consenso é que, planejamento sério não pode ser refeito em tão pouco tempo, dando a noção de estarmos sempre começando do zero, o que demonstra enorme falta de organização e gera uma insegurança tremenda.



Karla Bianca F. Ribeiro

Catequista em Belo Horizonte-MG

Contribuição do catequista Rodrigo Utsch

Formação de catequistas: A vocação de catequista na Iniciação à Vida Cristã

A inspiração catecumenal restaurada pelo Concílio Vaticano II retoma a ênfase na dimensão comunitária da fé. Na comunidade, as pessoas eram acolhidas, ouvidas em suas necessidades e acompanhadas durante o itinerário de sua formação na fé em Cristo. “Eram assíduos em escutar o ensinamento dos apóstolos, na solidariedade, na fração do pão e nas orações” (At 2,4). Assim, a comunidade era entendida como a primeira catequista. 

Ao longo do tempo, por várias razões eclesiológicas e pastorais, a comunidade (lugar dos membros iniciados nos sacramentos) perdeu sua vocação genuína de lugar de educação da fé. O aumento do número de batizados, a expansão do cristianismo nos países vizinhos e a descoberta do Novo Mundo, fizeram a comunidade cristã crescer em escala mundial. 

Durante a expansão da fé cristã, a Igreja reconhece a importância significativa do catequista, enquanto pessoa que dá testemunho do seguimento de Jesus Cristo e coloca-se à disposição para acompanhar a caminhada de educação da fé dos membros da comunidade, motivando para a adesão convicta à proposta do Evangelho. 

Hoje, no contexto da Iniciação à Vida Cristã de inspiração catecumenal, a educação da fé encontra-se diante de novos desafios e pede posturas diferentes dos educadores da fé. Desta forma, como identificar a vocação de catequista que responda à urgência da ação evangelizadora? Como podemos crescer juntos na educação da fé de adultos, jovens, adolescentes e crianças? 

A inspiração para nossas respostas pode partir da declaração do papa Francisco, por ocasião do Ano da Fé, durante a Jornada dos Catequistas, quando afirmou: “Quem é o catequista? É aquele que guarda e alimenta a memória de Deus; guarda-a em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É belo isto: fazer memória de Deus”. 

À luz da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, podemos entender que a educação da fé na inspiração catecumenal dá-se por meio de uma catequese querigmática e mistagógica. Eis aí uma chave de leitura para compreendermos a vocação de catequista no contexto da iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal. 

Catequista que faz memória de Deus. A fé é fruto de memória, de recordações de fatos e vivências que ficaram marcadas pela experiência com Deus. O Documento Catequese Renovada segue explicando: “O catequista dedica-se de modo específico ao serviço da Palavra, tornando-se porta-voz da experiência cristã de toda a comunidade. O catequista é, de certo modo, o intérprete da Igreja junto os catequizandos. Ele lê e ensina a ler os sinais da fé” (CR 145). 

Fazer memória e educar a fé é ajudar a identificar, na correria dos tempos atuais, os lugares, os momentos e as iniciativas de Deus que continuam a visitar cada pessoa, despertando-as para a experiência de fé. 

Catequista que vive o querigma. O querigma é o anúncio do Mistério Pascal, conteúdo central da fé: Jesus Cristo, filho de Deus, viveu entre os homens e mulheres de seu tempo, padeceu, morreu e ressuscitou (cf. At 10,37-43). 

Ser catequista tendo o querigma como conteúdo central da fé significa: anunciar o amor livre e salvífico de Deus; acolher a pessoa e sua liberdade de escolha pela fé; propor a vida e a mensagem do Evangelho antes de qualquer pregação doutrinal ou obrigação moral; abrir-se à proximidade e ao diálogo; e compreender-se como instrumento da paciência de Deus que não condena, mas quer a misericórdia (cf. EG 165). 

Catequista mistagogo. A inspiração catecumenal depende em qualidade da experiência mistagógica. Isto é, da experiência com o mistério divino, com aquele amor que se antecipa, que acolhe a humanidade em todas as fragilidades. O catequista mistagogo compreende que cada pessoa cresce progressivamente na experiência divina e valoriza os sinais e símbolos litúrgicos da iniciação cristã (cf. EG 166). 

A vocação de catequista mistagogo não se aprende em livros, cursos e teorias. O catequista mistagogo deixa-se configurar pelo Mistério Pascal e faz da própria vida um percurso de experiência e testemunho deste mistério. Ou seja, a vida cotidiana é o lugar de manifestação da fé, onde é possível contemplar o mistério divino e transformar as realidades para que este mesmo mistério seja vivido por seus interlocutores. 

Como mencionamos acima, a Igreja é rica em sua história, em suas iniciativas e em suas metodologias eclesiais, conforme a necessidade de cada época. O contexto atual, derivado da renovação conciliar, exige dos formadores de catequistas e das pessoas que estão no exercício das coordenações uma postura de curiosidade e coragem. Curiosidade para aprender, para deixar-se envolver pelo novo, pela mística catecumenal. E coragem para inovar, para ressignificar as estruturas e os métodos. 

Para contribuir com a formação de catequistas nesta primavera da inspiração catecumenal, dispomos de diversas produções literárias, dos conceitos e orientações da Doutrina e da interação entre Liturgia e Catequese. Além disso, a formação de catequistas depende em muito do apoio e da integração das lideranças e agentes de pastoral de nossas comunidades. 

Concluindo, algumas exigências podem ser apontadas para a animação da vocação de catequista no contexto da inspiração catecumenal. A primeira delas é dar lugar à alegria que brota do Evangelho. Alegrar-se com a presença de Deus que nos visita em Jesus de Nazaré. Isto significa: centralidade da Palavra de Deus na catequese. Em segundo lugar, a exigência dos pequenos grupos, onde a sensibilidade e o afeto dão novo sabor à liturgia (momento de fazer memória em comunidade). E ainda, a exigência da martyria, que significa a prática da caridade, dedicando a vida aos menos favorecidos, às pessoas com menos oportunidades e às realidades que precisam da novidade da ressurreição. É a vivência da caridade que deixa as marcas da fé confessada. 

Somos catequistas do novo dia, da vida nova!

Ariél Philippi Machado

Teólogo e Especialista em Catequese – Iniciação à Vida Cristã

Contribuição do catequista Rodrigo Utsch

Formação de catequistas: Uma catequese que prepara para viver bem a Liturgia

Nossa Igreja vem nos pedindo uma catequese de inspiração catecumenal quando fala em Iniciação à Vida Cristã. Um dos aspectos que aparece com intensidade nesse processo é a ligação constante entre catequese e liturgia. Apresenta-se a liturgia ao mesmo tempo como “cume” e “fonte” da vida cristã. É cume porque nela expressamos com grandeza e intensidade o que nossa fé nos leva a viver, crer, experimentar. Na liturgia mostramos o que já estamos vivendo, onde queremos chegar, o que valorizamos. É uma espécie de “culminância” de nossa caminhada religiosa. Mas ao mesmo tempo é “fonte”, alimento para que a nossa fé se sustente, cresça, produza os efeitos esperados. É um processo rotativo que constrói nossa identidade e sempre recomeça: celebramos porque cremos, e crendo sentimos necessidade de celebrar sempre de novo; a fé faz a celebração ser eficiente, autêntica, construtiva, e a celebração alimenta cada vez mais nossa fé, aprofunda nossos sentimentos.

Esse efeito de alimentação contínua de sentimentos através das celebrações não existe só no ambiente religioso. Celebrações alimentam e fortalecem sentimentos em muitos outros campos. Num jogo de futebol, os hinos, uniformes, bandeiras da torcida animam os jogadores. Num casal de namorados, símbolos, canções e outros detalhes sempre relembrados reforçam sentimentos e emoções. Aniversários e festas cívicas unem pessoas e idéias. Cada tipo de celebração tem seus sinais. Por exemplo: há comidas que fazem pensar na infância na casa da vovó, há uniformes e bandeiras que fazem os soldados se sentirem mais comprometidos com sua pátria, há canções que nos emocionam porque marcaram momentos especiais de nossa vida.

O efeito dos símbolos é muito forte. Lembro, por exemplo, um almoço festivo em que comemoramos os 50 anos de nossa formatura como professoras no Instituto de Educação do Rio. O pessoal estava alegre, a conversa era animada, a comida era gostosa. Mas no finalzinho uma pequena banda começou a tocar o hino do nosso Instituto. À medida que fomos cantando, as lágrimas escorriam de nossos olhos porque a música, com seu efeito simbólico, mexeu muito com nosso coração e trouxe lembranças preciosas do que tínhamos vivido e sentido naquele lugar onde nos formamos .

Assim sendo, boas celebrações são uma força indispensável na catequese. Mas pode haver aí um perigo: se as pessoas não entenderem e não se envolverem no que está sendo celebrado, o efeito pode até ser negativo. Se alguém acha uma celebração chata, sem sentido, cansativa, em vez de ter seus sentimentos religiosos fortalecidos a pessoa se afasta ainda mais do que está sendo celebrado.

Para que uma celebração funcione bem 4 elementos devem ser considerados:

1.Um fato digno de ser celebrado: esse fato deve estar perceptível na organização da celebração, ser importante bastante para merecer ser lembrado. Isso exige uma preparação para que se perceba o motivo pelo qual nos reunimos e para que todos entendam o que está o fato que está sendo lembrado.

2.Pessoas que valorizem o que está sendo celebrado: participar só por obrigação não funciona, antes tem até um efeito contrário; se a catequese quer preparar para a liturgia precisa primeiro fazer os catequizandos se interessarem pelo que está sendo celebrado.

3.Uma certa comunhão entre os que celebram: trata-se de um acontecimento coletivo; convidamos para uma festa os nossos amigos e, se acharmos conveniente trazer pessoas estranhas, elas terão que ser bem apresentadas e acolhidas.

4.Palavras, sinais, gestos, símbolos adequados para o que se celebra e bem compreendidos: aqui a catequese tem um vasto campo de trabalho. Catequistas podem criar celebrações a partir do que foi vivido e explicado, para que os catequizandos entendam e se sintam participantes. Mas muitas vezes as pessoas na missa ouvem palavras que não entendem ou que pensam ter um sentido diferente. Por exemplo: será que todos sabem o que é kyrie eleison (Senhor, tende piedade de nós), hosana (salve, nós pedimos), santo “sacrifício” (oferta consagrada a Deus) e outras expressões usadas em nossas celebrações? Se não vamos mudar as palavras e os gestos, pelo menos temos que conversar sobre isso para que todos se sintam à vontade com o que está sendo dito e feito. Outro cuidado especial se refere às canções que vamos usar. Muitas vezes as letras não são bem compreendidas ou trazem afirmações que os catequizandos ainda não estão preparados para assumir. Lembro, por exemplo, de um menino que estava se preparando para a Primeira Comunhão e ficava perturbado com uma canção que dizia: diante do altar, Senhor, entendo minha vocação: devo sacrificar a vida por meu irmão... Ele tinha medo de dizer algo tão drástico e também não queria dizer a Deus algo que não estava disposto a fazer. E, como diz o Eclesiástes: tudo tem seu tempo; há um momento para cada coisa debaixo do céu...” (Ecl 3, 1) Então  temos que celebrar considerando o que cada um está preparado para entender e assumir em cada fase da sua vida. Para evoluir nesse campo temos que dialogar bastante para entender o que cada um pensa e sente.

Há recursos variados que a catequese pode utilizar para que a liturgia venha a ser bem vivida. Podemos começar conversando sobre as comemorações e simbolismos vividos no ambiente secular. Por exemplo: Por que celebramos aniversários? Como nos sentimos desejando “muitos anos de vida” aos nossos amigos? Temos fotografias e objetos que consideramos especiais porque nos trazem lembranças importantes? Gostamos que as pessoas se lembrem de nós diante de coisas, frases, canções que deixaram boas marcas?

Se queremos preparar outros para viver bem a liturgia, temos que começar por nós mesmos. Como a liturgia afirma e alimenta a nossa fé? Que tipo de celebração mexe com nossos sentimentos? O que deveríamos fazer para viver com mais profundidade o que celebramos?

Therezinha Mota Lima da Cruz
Contribuição do catequista Rodrigo Utsch 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Catequese familiar: Kit para oração em família



O objetivo do projeto é evangelizar também a família, usando como incentivo para a Oração e Leitura Bíblia uma sacola com material para a leitura e oração e orientação a respeito. A "sacola da fé" é enviada a cada semana para uma família dos catequizandos da turma. O revezamento é feito a critério do catequista. O conteúdo deve ser acondicionado numa pequena sacola em TNT, tecido ou outro material. Importante o catequista providenciar uma folha com as orientações à família, outra com as orientações do terço e uma com as orientações para a leitura bíblica. Importante também providenciar uma Bíblia (pode ser que a família não tenha) e, além do terço para a oração, um terço para presentear a família.

ORIENTAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS:

REGRAS PARA UM BOM DESEMPENHO NO TRABALHO CATEQUÉTICO:

- Ter o máximo de cuidado com todo o material;
- Não pode rasgar, danificar ou rasurar;
- Cuidar para que não molhe ou suje;
- Lembre-se que as outras crianças também vão utilizar esse material;
- Lembre-se que os nossos Encontros da Catequese são uma vez por semana. E você tem uma semana para realizar este compromisso junto com a família.

AOS RESPONSÁVEIS:

A sacolinha contém materiais que fazem parte de um KIT DE ORAÇÃO EM FAMÍLIA:
- Um Terço;
- Uma Bíblia;
- Uma pasta de registro (Família e catequizando);
- Foto ou imagem da Sagrada Família;
- Uma sacola em TNT;
- Instruções aos responsáveis:

Como esse projeto é interativo entre a família e o catequizando, deve ser reservado um momento para a leitura orante da Bíblia. Em seguida, o catequizando contará aos responsáveis o que entendeu da leitura orante da Palavra de Deus. Depois de refletir a leitura bíblica é interessante que o adulto relate como foi a participação do catequizando no espaço de Registro do Adulto responsável.

O Espaço de Registro do Catequizando é destinado a expressão livre dele sobre a leitura orante da Bíblia, porém supervisionada por um adulto. O Catequista dá a sugestão da leitura (capítulo e versículo), mas, durante toda a semana a família poderá fazer o uso da Bíblia fazendo outras leituras.



AOS CATEQUISTAS: 

É interessante promover um encontro com as famílias e os catequizandos para passar as orientações do projeto e como deve ser feito o registro da Oração em Família.

ORIENTAÇÃO PARA O TERÇO EM FAMÍLIA:

A ORAÇÃO DO TERÇO

A Santa Igreja sempre nos ensinou que o Terço, é uma oração completa, pois abrange a oração vocal, a meditação e a contemplação dos mistérios de Deus.

Oferecimento

Divino Jesus, eu Vos ofereço este Terço que vamos rezar contemplando os mistérios de nossa Redenção. Concedei-me, pela intercessão de Maria, Vossa Mãe Santíssima, as virtudes que me são necessárias para bem rezá-lo e a graça de ganhar as indulgências anexas a esta devoção. Ofereço-Vos particularmente este Terço...(seguem as intenções).

Como rezar:

- Inicia com o Creio.
- Segue-se um Pai Nosso, três Ave Marias e um Glória, em honra da Santíssima Trindade.

- Antes de cada dezena, faz-se a contemplação do mistério, reza-se o Pai Nosso e em seguida  dez Ave Marias e o Glória.
- No fim de cada dezena reza-se a oração que o anjo ensinou às crianças na aparição de Nossa Senhora em Fátima:
"Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu,
principalmente as que mais precisarem".

MISTÉRIOS DO TERÇO:

Segundas feiras e sábados:
MISTÉRIOS DA ALEGRIA (Gozosos)
1º Mistério – A anunciação do Anjo a Maria
2º Mistério – A visita de Maria a sua prima Isabel
3º Mistério – O Nascimento de Jesus
4º Mistério – A apresentação de Jesus no Templo
5º Mistério – A perda e o reencontro do menino Jesus em Jerusalém

Terças e sextas feiras:
MISTÉRIOS DA DOR (Dolorosos)
1º Mistério – A agonia de Jesus no Horto das Oliveiras
2º Mistério – A flagelação de Jesus atado à coluna
3º Mistério – A coroação de espinhos
4º Mistério – Jesus carrega a Cruz para o Calvário
5º Mistério – Crucificação, sofrimento e morte de Jesus

Quartas feiras e domingos:
MISTÉRIOS DA GLÓRIA (Gloriosos)
1º Mistério – A Ressurreição de Jesus
2º Mistério – A Ascensão de Jesus ao Céu
3º Mistério – A descida do Espírito Santo sobre os apóstolos
4º Mistério – A assunção de Maria ao Céu
5º Mistério – A coroação de Maria como Rainha do Céu

Quintas feiras:
MISTÉRIOS DA LUZ (Luminosos)
1º Mistério – O Batismo no rio Jordão
2º Mistério – A auto-revelação nas Bodas de Caná
3º Mistério – O anúncio do Reino com o convite à conversão
4º Mistério – A transfiguração no Monte Tabor
5º Mistério – A instituição da Eucaristia

Final:
- No final do terço reza-se a Salve Rainha, que poderá ser precedida do agradecimento seguinte:

"Infinitas graças Vos damos, Soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de Vossas mãos liberais. Dignai-Vos, agora e sempre, tomar-nos debaixo de Vosso poderoso amparo, e para mais Vos obrigar, Vos saudamos com uma Salve Rainha".

"Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria".
V.: Rogai por nós Santa Mãe de Deus...
R.: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

CONTRIBUIÇÃO DO CATEQUISTA "RODRIGO UTSCH"

"O projeto CATEQUESE EM FAMÍLIA nasceu aqui no blog no dia 16 de fevereiro de 2012 e desde essa data muitas comunidades aderiram a ideia e sempre envia fotos do desenvolvimento do trabalho com os catequizandos. Vejam a publicação de lançamento do projeto CLIQUE AQUI"

Até a próxima! 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Atividades sobre a Campanha da Fraternidade 2019

Olá catequistas,
Venho apresentar a vocês as atividades que elaborei sobre o tema e o lema da CF 2019. Mas antes vamos conhecer um pouco da proposta da CF 2019!

  • O que são as políticas públicas?

Políticas públicas são ações e programas que são desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis.
São medidas e programas criados pelos governos dedicados a garantir o bem-estar da população.
Além desses direitos, outros que não estejam na lei podem vir a ser garantidos através de uma política pública. Isso pode acontecer com direitos que, com o passar do tempo, sejam identificados como uma necessidade da sociedade.

  • Quem cria e executa as políticas públicas?

O planejamento, a criação e a execução dessas políticas é feito em um trabalho em conjunto dos três Poderes que formam o Estado: Legislativo, Executivo e Judiciário.
O Poder Legislativo ou o Executivo podem propor políticas públicas. O Legislativo cria as leis referentes a uma determinada política pública e o Executivo é o responsável pelo planejamento de ação e pela aplicação da medida. Já o Judiciário faz o controle da lei criada e confirma se ela é adequada para cumprir o objetivo.

  • Execução das políticas públicas

A execução das políticas públicas é tão importante para o bom funcionamento da sociedade que, desde 1989, existe a carreira de especialista em políticas públicas.
De acordo com a lei que criou esse cargo, o especialista em políticas públicas é o profissional especializado na formulação, planejamento e avaliação de resultados de políticas públicas.
As políticas públicas existem e são executadas em todas as esferas de governo do país, ou seja, há ações em nível federal, estadual e municipal.

  • Tipos de políticas públicas

Por serem programas relacionados com direitos que são garantidos aos cidadãos as políticas públicas existem em muitas áreas. São exemplos:
educação, saúde, trabalho, lazer, assistência social, meio ambiente, cultura, moradia, transporte…

  • Ciclo de políticas públicas

O conjunto de etapas pelas quais uma política pública passa até que seja colocada em prática é chamado de ciclo de políticas públicas. Conheça cada uma dessas fases:
01 – identificação do problema: fase de reconhecimento de situações ou problemas que precisam de uma solução ou melhora,
02 – formação da agenda: definição pelo governo de quais questões têm mais importância social ou urgência para serem tratadas,
03 – formulação de alternativas: fase de estudo, avaliação e escolha das medidas que podem ser úteis ou mais eficazes para ajudar na solução dos problemas,
04 – tomada de decisão: etapa em que são definidas quais as ações serão executadas. São levadas em conta análises técnicas e políticas sobre as consequências e a viabilidade das medidas,
05 – implementação: momento de ação, é quando as políticas públicas são colocadas em prática pelos governos,
06 – avaliação: depois que a medida é colocada em prática é preciso que se avalie a eficiência dos resultados alcançados e quais ajustes e melhoria podem ser necessários,
07 – extinção: é possível que depois de uma período a política pública deixe de existir. Isso pode acontecer se o problema que deu origem a ela deixou de existir, se as ações não foram eficazes para a solução ou se o problema perdeu importância diante de outras necessidades mais relevantes, ainda que não tenha sido resolvido.

  • Políticas públicas no plano plurianual

As políticas públicas, depois de estudadas e formuladas, são incluídas no plano plurianual (PPA). Esse plano, que é previsto no artigo 165 da Constituição Federal, define quais são as metas e objetivos que devem ser cumpridos pelos governos em 4 anos.

  • Como participar da escolha das políticas públicas

Para que as políticas públicas possam atender as principais necessidades da sociedade é importante que os cidadãos também participem do processo de escolha dando a sua opinião.
Isso pode acontecer de diferentes maneiras, dependendo da esfera de governo.
O governo federal possibilita a participação através de consultas feitas com a população. Para ver a lista completa das consultas abertas acesse o site do Portal Brasil.
Outra maneira de colaborar é através do site Mudamos.org. Você pode enviar uma proposta para um projeto de lei ou dar o seu voto nos projetos já enviados.
Nos estados e nos municípios a informação sobre as formas de participação, como o orçamento participativo, pode ser obtida nas secretarias de governo ou secretarias de políticas públicas do estado ou da prefeitura da sua cidade. Essa informação também pode ser encontrada no Portal da Transparência.
A Lei da Transparência (lei complementar nº 131/09) estabeleceu que a participação do cidadão na formulação das políticas públicas deve ser incentivada pelos governos.
Fonte: https://portalkairos.org/campanha-da-fraternidade-2019/

ATIVIDADES #CF2019









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Fonte: http://catequesecomcriancas.blogspot.com.br/ 
#CatequeseComCrianças #CF2019 #CampanhaDaFraternidade2019

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A viagem dos Reis Magoas


São 8 capítulos com aproximadamente 7 minutos cada. Bem apropriados para nossos encontros catequéticos, uma vez que geralmente têm 1h de duração. O que me fez encantar com o DVD foi todo o enredo da história, a dinâmica e ludicidade, mas o tempo me fascinou. É raro nós catequistas encontrarmos um bom material para nossos encontros de catequese, cujo tempo seja favorável. Esse DVD da Paulinas é de fato uma raridade. Precioso!
Os 8 capítulos, conta a história dos três reis magos, Melchior, Baltazar e Gaspar, que vão sendo conduzidos pela estrela guia. Durante o caminho os Reis Magos vão vivendo histórias que transmitem mensagens de fé, valores humanos e ensinamentos bíblicos.
No fim do trajeto, eles encontram o verdadeiro Rei, deitado numa manjedoura e nesse momento eles descobriram o motivo da longa viagem, colocaram-se em adoração oferecendo Deus menino, seus presentes: Ouro, incenso e mirra. Tenho certeza que os catequizandos vão amar a história que é bem envolvente e indico para a faixa etária de 05 ao 13 anos.
Interessados é só CLICAR AQUI.  Até a próxima publicação amigos!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

2019 de bons desejos e boas realizações

Olá catequistas,
Que tenhamos 365 dias de pura bênçãos, fé e Jesus no coração.

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente...

Para você, Desejo o sonho realizado.
O amor esperado. A esperança renovada.
Para você, Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família esteja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas...
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes...
e que eles possam te mover a cada minuto,
no rumo da sua FELICIDADE!"

Texto: Carlos Drummond de Andrade